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Não fui, vou

  • Foto do escritor: Alana Loiola
    Alana Loiola
  • 15 de fev. de 2024
  • 1 min de leitura

Não quero ir

mas nunca fui

não sei

Me despedi de muita coisa

da tristeza não, vive aqui comigo, como uma cicatriz aberta


Isso deve soar estranho

Como pode uma cicatriz ser aberta?

e ainda (pude) sorrir?


Não quero essa dor

dizem que a dor grita

aqui ela faz silêncio e nos escondemos juntas 

abrimos a porta, entramos 

gritamos em silêncio as lágrimas que ainda doem 


Como um ventre sangrando 

carmim, aberto e dilacerado 

como quem segura a morte e o desespero com as mãos

como pode segurar isso?

e ainda sorrir?


Me cansei, entristeci, adormeci 

entre os gritos e silêncios de um cômodo pequeno

saí pela porta aberta

depois voltarei 

enquanto houver mais de mim lá fora, poderei voltar, partir e ficar

na corda bamba e na ambivalência que há

como ainda pode sorrir?

Porque há de passar. 



Alana Loiola


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