top of page

O Brincar das crianças na clínica: um bordado da espontaneidade

  • Foto do escritor: Alana Loiola
    Alana Loiola
  • 22 de abr.
  • 2 min de leitura

Estava outro dia precisando muito de uma bolsa, uma ecobag que carrego comigo, uma das alças estava descosturando, pensei em pedir a uma tia costureira para salvar minha bolsinha querida.

Ela ficou guardada dias numa sacola para ir em direção a minha tia com sua bela máquina de costura.


Mas num dia qualquer, cansada, pós trabalho, fui até o lugar que tinha guardado a bolsa e ousei costurá-la. Ficou até boa.


Uns dias depois, lendo alguns textos sobre o brincar, sobre as ansiedades na infância e o trabalho clínico com crianças, lembrei da costura, minha avó materna me ensinou a costurar, quando criança.


Fico pensando que era sua forma de brincar comigo, eu colocava a linha na agulha e a observava fazer os pequenos pontos, pacientemente, na minha blusa. Ela era paciente com a costura, eu não.


Interpretando algumas brincadeiras na clínica, após as sessões, fico pensando nesse trabalho minucioso de participar do mundo de uma criança, suas fantasias, como ela “me mata e me ressuscita” em suas invenções lúdicas, como” tenho poderes”, mas também nem tanto assim para salvar nossos pequenos animais em perigo, as brincadeiras vão variando de um modo que foge do nosso entendimento racional e técnico.


Eu diria que quem está ali é nosso infantil, aprendendo a costurar, mas também, nossa mente analítica, com a paciência de fazer pontos e criar bordados, imagens, sentidos e outros caminhos para a angústia que sobressai.


Mesmo que haja agressividade, em termos clínicos, no qual se expressa pelas fantasias, espontaneidade e a criatividade de uma brincadeira.

Costura-se junto com a criança, nossa espontaneidade, paciência e observação se fazem vivas e presentes.




Alana Loiola

Psicanalista e Psicóloga CRP 11/11842

@alanaloiolapsicologa

bottom of page