“Ninguém tira minha paz”
- Alana Loiola
- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Por muito tempo me questionei sobre meu percurso acadêmico/profissional, me fazia perguntas das quais, muitas vezes, traziam respostas ocultas.
Ser uma leitora voraz não me deu paz ou segurança.
As teorias que temos acesso na universidade fez de mim uma crítica silenciosa, guardei minhas questões em post-its, enquanto a formação mantinha sua engrenagem intacta e sem responsabilidades comunitárias, com moldes feitos para determinados moldes.
O problema é quando a realidade não alcança a teoria, quer dizer, quando a teoria não pode ser dita, pronunciada, utilizada na realidade, então qual seria sua função?
Se não é para fazermos pensar e refletir, o que costura uma sociedade?
Devo aos meus pares apresentar-me autores e literaturas em que pude ver sob uma ótica mais realista e menos oculta, ou seja, nada ali estava oculto.
Lélia Gonzales nos diz (especificamente nesse texto da 2 imagem) que a consciência oculta e exclui o que a memória inclui e apresenta.
Ainda continuo fazendo crônicas e poesia que contemplem o sujeito que sou, principalmente, em respeito a memória dos meus sentimentos e minhas questões, que agora saem dos meus bolsos e da minha boca.
Assim, minha leitura percorre caminhos que estavam perdidos, logo, sinto-me justa também com meus pacientes, pois posso ter a possibilidade de identificar as diferenças que marcam suas subjetividades e suas realidades.
Escutando Paulo Vieira no podcast Mano a Mano (Spotify), fiquei impactada com sua fala, conta que a autoestima pode ser uma espécie de salvação, criar novas formas de construir nossa autoestima a partir do seu trabalho, se meu trabalho caminha por essa lógica de fazer transformar algo a partir de COMO escuto, escrevo e falo, não ocultamos, trazemos a tona a memória do não-dito.
E aqui não quero deixar grandes lições, mas devo ao meu percurso, embora tortuoso, minha sensibilidade e escuta que ainda procura caminhos perdidos.
Referências:
Música: Canção de BK' e Milton Nascimento, 2025
Podcast: Mano a Mano com Paulo Vieria, disponível no Spotify, 08/05/2025
Livros: Pele Negra, Máscaras Brancas (Frantz Fanon)
Por um feminismo afro-latino-americano, por Lélia Gonzalez, Orgs: Flávio Rios e Márcia Lima.
Alana Loiola
Psicanalista e Psicóloga CRP 11/11842
@alanaloiolapsicologa


